Já há muito que não cá venho, é certo. Não porque não tenha assunto para falar, mas porque tenho fugido ao pensamento. E escrever implica pensar em algo mais do que os livros empilhados na minha secretária.
Estou num momento indefinido da minha vida. Tudo à minha volta parece mover-se tão depressa, que não consigo acompanhar... Fiquei para trás e a cada minuto que passa estou mais distante. Não sei de ninguém nem sei de nada. Estou outra vez com falta de sentimentos, por ti, por ti, por ti, por toda a gente e, ainda mais estranhamente, por mim...
Preciso de outro dia daqueles que me faz explodir, sentir a tristeza a invadir-me como um punhal, a espetar-se no meu peito. Essa dor, esse sofrimento. Quando choro e grito sem que ninguem esteja a ouvir-me, a julgar-me. Eu e os meus pensamentos, enfim, sós. E quando tudo acaba fico tão leve... Levanto-me do chão, limpo as lágrimas, e já estou preparada para enfrentar mais uma hora, mais um dia e outro e outro... (Afinal tinha sentimentos, só que estavam escondidos.) Não, não foi hoje o dia.
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